Antes, o acesso a conteúdo era limitado e chegava lentamente, enquanto hoje a gente é bombardeado por uma avalanche de opções instantâneas e acessíveis.
Essa abundância pode ser positiva, mas também gera um risco: o consumo excessivo e passivo, que se assemelha a um vício em dopamina, dando apenas a sensação de progresso sem mudança real.
O conceito de "Consumo Consciente" propõe transformar essa relação, evitando o ciclo tóxico de procrastinação disfarçada de produtividade.
A chave está em consumir menos e melhor, priorizando qualidade e intencionalidade. Para conteúdos educacionais, isso significa consumir devagar, com foco e tomando notas, transformando o aprendizado em algo efetivo e aplicável.
Se você não viu a newsletter passada, veja aqui:
O primeiro passo pra um consumo consciente foi:
se livrar do loop de conteúdo sem fim
mas você precisa ir além:
Pare de tentar anotar tudo. Quanto mais você escreve, menos absorve.
Aprenda a capturar apenas o essencial, organizar suas ideias em um só lugar e transformar cada nota em uma ferramenta de aprendizado que você vai realmente usar.
fazer anotações
De tudo o que você consome, existe um 80/20 que vai te servir e você precisa anotar essas coisas.
Muita gente não entende porque eu tomo nota de tudo, até de vídeos do Youtube, as pessoas acham exagerado, mas cara, qual a diferença entre o conteúdo de um vídeo educativo do YouTube e um livro? Só a plataforma.
As pessoas ainda tratam o YouTube como um app de entretenimento e desconsideram que hoje é a maior plataforma de ensino descentralizado do mundo.
Quando você consome algo sem fazer anotações, é muito fácil se esquecer.
Eu te desafio: assista um vídeo de 20 minutos sem anotar e depois liste tudo o que você aprendeu. Eu inclusive às vezes chego ao final sem lembrar de quase nada do que consumi. Todo o meu esforço foi pelo ralo.
Agora assista o mesmo vídeo parando, anotando. A quantidade de informações valiosas que você perde por não anotar é gigantesca.
Eu posso facilmente listar N coisas que anotei e fixei na mente sobre o livro "Como Arquitetos e Designers Pensam”, mas não lembro quase nada do que acontece em Memórias Póstumas de Brás Cubas, além do título de um capítulo que era "O Emplasto". Isso porque foi um livro que li até mais recentemente, mas não me envolvi tanto e não anotei nada.
Simplesmente as coisas desaparecem da memória. Nossa mente não consegue armazenar tanta coisa.
Quando você anota seus pensamentos e reflexões sobre um conteúdo você deixa ser um espectador passivo e passa a ser um membro ativo na conversa.
Você julga, questiona, explica, critica, você reflete e adiciona a sua própria personalidade naquilo.
Então, você precisa tomar notas inteliegentes.
como tomar notas inteligentes
Primeira coisa, não faça como eu.
Eu luto contra isso, mas muitas vezes acabo tomando notas demais sem necessidade. Fico na ânsia de anotar tudo, mas se tudo é relevante, então nada é relevante.
Então, anote a essência. Não precisa fazer anotações sobre tudo.
Ative o Modo Peneira e só retenha o que realmente te interessa.
ideias legais
aspectos práticos
aplicações pessoais
insights
E aqui resista à tentação de escrever literalmente o que o outro está falando.
Escreva com suas próprias palavras, do seu jeito.
Se você escreve por si mesmo, então você pensa por si mesmo.
Eu costumo o usar o Obsidian pra anotar e utilizo o método de miniensaio (futuramente vou fazer um post só sobre isso), que são notas com aquilo que eu captei sobre o assunto específico dentro de um vídeo, sobre um capítulo dentro de um livro ou sobre a obra toda ou sobre um autor, mas sempre sobre um tema.
Geralmente fica entre 500 a 1.000 palavras, mas não é ume regra engessada.
Eu anoto o que serve pra mim, aos meus interesses.
sua mente é um rio
Imagine que sua mente é como um rio correndo sem parar.
Nesse rio desaguam outros afluentes, que são as informações vindas dos veículos de comunicação mais diversos.
Cada ideia, reflexão ou informação que você consome é como um grão de ouro perdido nesse fluxo constante. Se você não tiver uma peneira, essas pepitas valiosas acabam indo embora com a correnteza, misturadas ao excesso de areia e detritos.
Por muito tempo, eu não tinha essa peneira. Usava cadernos espalhados, notas no celular, até grupos no WhatsApp pra salvar ideias.
Elas eram ótimas pra capturar de tudo: textos, imagens, PDFs, links e muito mais, com a vantagem de sincronizar entre dispositivos, o que me libertava de carregar cadernos pra todo lado (que particularmente eu amava, mas não eram práticos e portáteis, porque eram muitos).
Só que não é só sobre peneirar. O verdadeiro poder está em ter uma única peneira que centralize tudo. Assim, você não só reúne informações, mas começa a notar como elas se conectam. É nesse processo de peneirar e separar o essencial que você descobre o ouro escondido:
Antes de fazer isso minhas anotações estavam por todo lugar, espalhadas.
google keep
whatsapp
notas autoadesivas
cadernos
post-its
notion
E isso prejudicava muito minha produtividade. Por dois motivos:
1. E é muito chato procurar uma nota que eu preciso no meio dessa bagunça, você desiste.
2. É mais difícil conectar um conhecimento a outro se ele estiver em 10 lugares diferentes.
saiba descartar
Tão importante quanto coletar é saber descartar o que não é importante.
E veja, pode até ter coisas que você pegou que podem ser valiosas, mas lembre-se:
Você está em busca de ouro. Tudo o que não for OURO, você descarta.
Agora, pense na peneira novamente. Ela não serve pra guardar toda a areia do rio, mas pra capturar aquilo que realmente importa: as pepitas.
Só que, se você tenta pegar tudo que vê pela frente, sua peneira enche rápido de coisas inúteis. E o que acontece com o ouro no meio disso?
Fica perdido, difícil de identificar.
É por isso que aprender a descartar é tão importante. Em vez de guardar qualquer coisa, você escolhe o que passa pela peneira. Essa seleção se baseia em três pontos:
Relevância: não é sobre encher a peneira, mas sobre separar o que tem valor real. Pergunte-se: “Eu consigo encontrar isso facilmente em outro lugar? Se não, vale guardar.”
Personalidade: ao peneirar, você pode moldar suas anotações com seu jeito de ver o mundo. Não é só salvar, é transformar. Por isso eu gosto tanto do Obsidian como software de segundo cérebro, ele se molda ao seu jeito de pensar.
Profundidade: toda vez que algo fica na peneira, questione. Por que isso importa? Que impacto isso tem no que eu penso, faço ou quero criar? Como isso se conecta com o que eu penso, faço ou quero construir?
A prática de curadoria é uma maneira de evitar que o rio de informações te afogue. Ao invés de consumir tudo na hora que aparece, como redes sociais ou podcasts, você usa a peneira pra guardar o que merece atenção.
Assim, com o tempo, você constrói um banco de tesouros, não de areia.
Na próxima newsletter eu explico um pouco mais sobre o meu uso de um segundo cérebro que me permite consumir de um jeito muito mais inteligente.
Quer ajuda pra montar o seu segundo cérebro criativo e digital pra te ajudar nessa empreitada de consumo inteligente? Eu tenho uma consultoria individual de 4 sessões de 1h, bem completas pra montar com você o seu cofre de conhecimento no Obsidian estruturando de acordo com os seus objetivos.
Considera dar uma olhada no link: Formulário de Aplicação.
Mas se quiser esperar até o começo de dezembro, eu vou lançar uma Trilha de 7 Dias Obsidian Essencial, que você pode ter acesso em condições especiais preenchendo o formulário no link pra ser avisado com prioridade quando lançar: Quero Ser Avisado.
Te vejo na semana que vem.
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