Todo mundo quer ser original.
Eu também.
Quando era adolescente, eu assistia a palestras e documentários de alguns artistas e ficava impressionado em como eles articulavam os pensamentos de um jeito muito claro.
Tudo fazia sentido quando eles explicavam.
Eu queria ser como eles, mas alguns pensamentos vinham à minha mente.
porque eu não conseguia fazer igual?
eu não era inteligente o suficiente?
eu ainda precisava de mais experiência? mais estudo?
E aí eu mergulhava no estudo, buscando ser aquilo que eles eram.
Eu até parecia ter boas ideias, mas hora de estruturá-las, colocar no papel e explicar pra alguém, tudo o que saiu foi uma confusão de ideias ruins que eu mal conseguia explicar, imagine fazer sair do papel.
E isso, claro, vira uma bola de neve, eu passei a ter medo de mim mesmo, dos meus pensamentos e passei a ser cada vez mais crítico.
Eu ficava olhando pra a folha em enquanto os pensamentos negativos começavam a se acumular.
Eu sentia que precisava escrever e compartilhar aquilo com o mundo, mas a dificuldade de estruturar as ideias parecia uma barreira impossível de vencer.
Só que como isso funcionaria? As palavras viriam na minha mente? Alguma orientação iria aparecer folheando um livro?
Pra sair uma frase era custoso, aí finalmente saía e... E AGORA? O que vem depois?
Tenho certeza que você já se sentiu assim em algum momento da sua vida.
Você já percebeu como a sociedade cobra que sejamos originais o tempo todo?
Mas... o que realmente significa ser original?
Simplesmente não dá pra eu passar a vida toda memorizando coisas ou reescrevendo o que os outros dizem com minhas próprias palavras, eu preciso aprender a pensar de um jeito próprio.
Se você aprender a estruturar seu pensamento, vai conseguir explicar suas ideias com clareza, conquistar mais confiança no que cria e até inspirar outras pessoas.
Só que, pensar de um jeito original muitas vezes exige que você não seja original.
como desenvolver pensamento próprio
O pensamento próprio é um mito.
O pensamento próprio é PERCEPÇÃO.
E a percepção depende da identidade, depende de valores, contexto, experiências, cosmovisão, tudo isso influencia.
Mas eu não tô falando da SUA percepção. É da percepção de quem tem contato com os seus pensamentos publicados.
Imagine que você cria um vídeo massa pro YouTube, você tá bem feliz porque criou algo realmente legal, ideias que você construiu, conclusões próprias que chegou, maravilha.
Vai ter comentários que vão dizer:
aí sim, tô impressionado com a sua originalidade
Mas vai ter outros que vão dizer:
"disse nada de novo"
Isso é algo que você vai ter que lidar quando for mostrar suas ideias ao mundo.
Você acha que todas as ideias de Da Vinci não foram ditas antes por alguém?
Você acha que muitas das ideias do Tiago Forte no livro "Construindo Um Segundo Cérebro" não foram ditas por Niklas Luhman antes?
Sim, todo mundo tem referências e o pensamento deriva de algo que outra pessoa já falou antes. Então é muito natural que pra algumas pessoas seja algo como "eu já ouvi essa história antes" e pra outras seja como "meu Deus, nunca ouvi nada parecido".
E aí eu te convido a mudar sua pergunta. Em vez de:
como criar algo que ninguém viu antes?
Pense:
como criar algo que 'poucas' pessoas viram antes?
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