Quantas versões de você existem no mundo?
Não tô falando de multiverso (ou será que tô?).
Tô falando da versão que você mostra pros outros... e da que você esconde.
E a verdade é que... viver com duas — ou mais — personalidades é exaustivo.
Sabe aquele tipo de relação em que você sente que não pode ser você? Que qualquer coisa que você fale pode virar motivo pra crítica, julgamento ou até punição emocional?
A sensação é essa: pisar em ovos o tempo todo.
Controlar cada palavra. Cada gesto.
Medir. Calibrar. Cortar pedaços de si mesmo pra caber na expectativa do outro.
E isso, meu amigo... adoece.
É um desgaste mental absurdo.
Porque além de ter que lidar com os problemas da sua própria vida, você ainda precisa administrar uma segunda personalidade — aquela versão editada, polida e mascarada que você criou só pra não desagradar.
E sabe qual é o efeito colateral disso?
Ansiedade. Sensibilidade extrema à rejeição.
E uma das piores armadilhas emocionais que existem:
O ciclo do perfeccionismo e da autossabotagem.
Funciona assim:
Você tenta ser perfeito pra evitar qualquer crítica.
Quando percebe que não consegue, se esconde, deixa de fazer, deixa de falar.
E o que sobra é aquele peso sufocante de quem vive se podando, com medo de não ser aceito.
O pior?
Grande parte dessa rejeição... nem é real. Ela é criada na sua própria cabeça. Você já antecipa o julgamento, já se condena antes mesmo de tentar.
E eu te pergunto: onde cabe criatividade aí?
Onde é que cabe coragem pra construir algo, testar uma ideia, lançar um projeto... se você vive prisioneiro da aprovação alheia?
Não cabe. Simples assim.
Porque criatividade, no fundo, é expressão autêntica.
E não existe expressão autêntica onde você não pode ser você.
Inclusive, tem uma coisa que eu sempre falo:
Criatividade é, antes de tudo, olhar pra dentro de si.
E se olhar pra dentro te conecta com um "eu" que tá escondido, mutilado, cheio de medo... como é que você espera criar algo com verdade?
Só que tem uma outra coisa que a maioria das pessoas não percebe:
Isso não é só sobre relações pessoais.
No trabalho, muitas vezes, é a mesma coisa.
Você precisa vestir um alter ego.
O Jonny Viccari fala disso no vídeo "Você precisa ter um alter ego".
E, de fato, às vezes é necessário.
Não é sobre sair falando tudo que você pensa sem filtro. Não é sobre ser grosseiro, inconveniente ou imprudente.
Mas existe uma linha bem clara entre ser estratégico... e viver mascarado.
Porque uma coisa é vestir uma armadura pra proteger.
Outra é esquecer quem você é quando tira essa armadura.
E se você é criativo, multipotencial, alguém que vive de ideias... isso é ainda mais grave.
Sabe por quê?
Porque quem é criativo PRECISA de um espaço seguro.
Um ambiente onde possa abrir seus pensamentos, testar ideias, errar, ajustar... sem o medo constante de ser podado, ridicularizado ou descartado.
Sem isso, sua criatividade definha. Morre antes de nascer.
E aí começa aquele ciclo que eu vejo direto nos alunos e na galera que me acompanha:
A pessoa consome conteúdo sem parar tentando “resolver” essa sensação estranha.
Compra curso, faz mentoria, assiste vídeo, lê livro... mas não consegue criar.
Não é falta de técnica. É falta de espaço pra existir. De liberdade pra ser quem é.
Sem perceber, ela começa a viver nesse modo de sobrevivência criativa:
Ou tenta ser perfeita pra não ser rejeitada...
Ou simplesmente se esconde.
E, cara, viver assim é pesado.
Porque uma vida onde você não pode ser você... é uma vida que vai te quebrar, mais cedo ou mais tarde.
Agora, presta atenção:
Isso não significa que você vai encontrar esse espaço em qualquer lugar. Nem que qualquer pessoa é capaz de te oferecer isso.
É por isso que construir um Ecossistema Criativo não é só sobre organização de informação, Obsidian ou IA.
É, antes de tudo, sobre criar um espaço interno — e externo — onde sua autenticidade pode existir sem ser ameaçada.
Sabe o que eu percebi?
Meu eu real é mais saudável. Mais leve. Mais produtivo. Mais criativo.
E aqui vai um princípio que eu carrego comigo e te entrego de bandeja:
Ser você mesmo hoje... é o maior presente que você pode dar pro seu eu do futuro.
Isso vale pras suas relações, vale pro seu trabalho e, principalmente, vale pra sua jornada criativa.
Inclusive, é por isso que eu bato tanto na tecla de você criar seu segundo cérebro.
Não é sobre ferramenta. Não é sobre software.
É sobre construir um espaço onde você pode pensar em paz.
Onde suas ideias não são julgadas, onde você não precisa performar, nem se podar.
É só você, suas ideias e o processo de transformar informação em projetos que te representam de verdade.
Se você não tem esse lugar... você precisa construir.
E se quiser, eu posso te ajudar.
um abraço,
rapha
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