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ninguém entende o que você fala

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como traduzir suas ideias

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Raphael Accete
mai 20, 2025
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Ontem vi um texto da

Wanessa
no Substack que mencionava “a maldição do conhecimento”. Até então eu não conhecia o conceito, mas sem saber já tinha passado por isso algumas vezes na vida e encontrado alguns meios de driblar.

Uma dessas vezes foi em 2015. Eu tava fazendo o projeto de um coworking pra um amigo. Levei desenhos impecáveis, abri as imagens na TV gigante que tinha lá e soltei: “Aqui a gente aplicou um layout open plan, fluxo radial e painéis acústicos com NRC 0,85.”

Meu amigo na hora disse: “Peraí, pô: isso quer dizer que o barulho vai atrapalhar ou não?”

Parecia óbvio — pra mim. Respirei, puxei uma caneta e rabisquei ondas numa folha: “Imagina o ruído como bolhas de sabão. Esses painéis estouram as bolhas antes de elas baterem na parede. Resultado: menos eco, menos barulho.”

Foi aí que encarei de frente o vilão invisível que pega qualquer especialista em algum momento da vida: a maldição do conhecimento.

Dizem que você jamais vai esquecer como andar de bicicleta — e é aí que mora o perigo. Quando algo vira rotina na sua cabeça, o cérebro apaga o estado de ignorância que veio antes. Esse “apagão” poupa energia, mas sabota cada explicação que você tenta dar.

A “maldição” não trava só professor; ela atrapalha qualquer criador que precisa transformar insight em texto, vídeo ou projeto. Se o leitor não entende rápido, fecha a aba. Se o cliente não sente que entendeu, pula pro concorrente.

E daí?

Daí que clareza vende; confusão espanta.

Eu mesmo tropecei de novo há pouco tempo. Gravei um tutorial no Obsidian jurando que estava didático. Três “não entendi direito” como resposta e caiu a ficha: falei como se todo mundo soubesse o que é markdown.

Ego disfarçado de pressa.

Graças a Deus fiz alguns testes antes e deu tempo de editar. Vídeo refeito, inscrições recuperadas, lição aprendida.

Lendo o texto ontem eu pensei em três tropeços que te mantêm preso no looping dessa maldição:

  1. Pressão pra parecer avançado. Você usa jargão pra provar autoridade. Parece esperto, mas soa distante. Quem te ouve só pensa: “Isso não é pra mim”.

  2. Fobia de redundância. Repetir o básico parece perda de tempo, então você pula etapas. Só que sem fundação não há castelo — há entulho.

  3. Falta de teste de rua. Você publica e parte pro próximo. Não mede se alguém realmente entendeu. A peça seguinte nasce com o mesmo defeito.

“Ok”, pensei eu, “como eu resolvo isso então?”.

Em 2015 eu ainda não conhecia esse conceito, mas aprendi alguns antídotos na base do teste:

  • Traduza pro seu eu de 5 anos atrás. Explica como se falasse com um “você” que ainda não entendia nada. Se esse fantasma do passado entende, qualquer iniciante entende.

  • Concretize cada conceito. “Sinergia operacional” vira “três equipes que conversam todo dia às 9 h por dez minutos”.

  • Rode o “teste da avó”. Conte sua ideia pra alguém fora da bolha — mãe, cônjuge, amigo de outra área. Se a pessoa repete com precisão, passou. Se enroscar, ajusta e tenta de novo.

Um antídoto bônus é explicar pra si mesmo escrevendo no seu aplicativo de anotações. Quando você aplica esses antídotos, suas notas deixam de ser seus hieróglifos particulares e viram material pronto pra virar reflexões, roteiro ou projeto.

Seu “eu do futuro” lê e faz “Ah, bom!”, em vez de “Que danado que eu quis dizer aqui?”.

como fazer o seu “eu do futuro” confiar em você

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Raphael Accete
·
Apr 25
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Ideias claras viram construções. Ideias confusas ficam no papel.

Um exemplo claro é essa publicação ter sido gerada a partir de uma nota no meu Obsidian. Vi o termo, fiquei curioso, pesquisei, anotei, expandi o assunto, adicionei minha visão, conectei com outras notas e isso gerou um miniensaio claro, direto, facilmente entendido mesmo se eu ler daqui a 10 anos e que usei pra escrever isso aqui.

Depois eu só fiz adicionar um formato mais newsletterístico pra você não se cansar de ler e o resultado foi esse.

Eu mostro como fazer isso no curso Obsidian Criativo.

Um abraço,
rapha


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